Muito se fala sobre “essa tal da improvisação”. Logo, vem à nossa mente esse ou aquele vídeo do youtuber falando de “modos gregos”. Você fica assistindo aquela explicação, mais ou menos organizada e depois conclui que aquilo, realmente, para você “é grego”! Contudo, não é por aí que as coisas devem começar. Vamos ver algumas coisinhas?
No âmbito da música de tradição europeia dos séculos passados, por exemplo, encontramos a improvisação em muita música medieval de matriz eclesiástica (podemos lembrar aqui apenas a prática do DISCANTUS, em que linhas melódicas não escritas eram acrescentadas à voz principal, segundo as regras harmônicas daquela época).
Na música profana, na idade média, temos bardos e trovadores que improvisavam não somente versos, mas também variações melódicas. Podemos lembrar, ainda, da improvisação organística, que acompanha a história desse instrumento desde seu nascimento.
Lembramos, ainda, do baixo contínuo de 1600, improvisado a partir das indicações cifradas na partitura (algo parecido, de certa maneira, com o que acontece hoje no âmbito da música popular, ao tocarmos por cifra).
Para concluir esse breve panorama, podemos dizer, ainda, que a música improvisada nasce antes da música escrita e que uma melodia cantada por diversas pessoas encontra logo quem a modifique de alguma maneira, embelezando, mudando a divisão rítmica, deslocando a rítmica no tempo, etc.
Feito esse pequeno panorama, temos diferentes contextos e definições do que é improvisação e improvisar.
A forma mais “suave” de improvisação pode ser a que pouco se diferencia de uma interpretação (quando mudamos parte das notas de uma melodia, por exemplo).
A forma mais “radical” é a chamada Improvisação total, em que o improvisador se encarrega de criar uma música de forma totalmente extemporânea, cuidando de todos os seus elementos (a forma da música, escolhendo a sua tonalidade, eventuais modulações, desenvolvendo uma ideia melódica, conferindo determinada rítmica).
Mas a forma mais comum de nos referirmos à atividade da improvisação é, muito provavelmente, a de criarmos novas linhas melódicas sobre uma música já existente. Nesse caso, a estrutura da música é já conhecida (sua forma, tonalidade, harmonia e melodia).
É possível aprender e ensinar a improvisação? A resposta é certamente SIM!
Vamos destacar dois pontos:
Se as palavras dos slides são minhas, a ideia que eu trago está fundamentada no estudo de autores como, por exemplo, JOHN SLOBODA, que, em seu livro A MENTE MUSICAL, propõe o estudo das dinâmicas e dos processos cognitivos envolvidos na aprendizagem e na produção musical.
VAMOS TRAZER ISSO PARA A NOSSO COTIDIANO AGORA. O que significa que para criar ou improvisar precisamos passar por um processo de apropriação e internalização da linguagem? E no que isso se traduz? Significa que podemos contar com uma aprendizagem “natural” por parte dos nossos alunos, que acontece pela exposição à música e imitação; contamos, também, com uma aprendizagem informal (que se dá na troca entre os alunos) e, por último, obviamente, nos cabe direcionar as atividades nos valendo do nosso conhecimento musical, se possível mostrando para eles “como se faz”.
É claro que o espaço desta página não pode constituir-se como um curso de improvisação. Mas se for de seu interesse, saiba que esse é um dos cursos que eu ministro, em grupos online, em oficinas e na minha mentoria para professores.
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